domingo, 9 de fevereiro de 2014

Giro no Pedal: Reconday - Volta da Posta - versão reconhecimento

Com a nova cartilha que se abriu com as 2 rodas finas, têm-se feito algumas coisas novas. Tem faltado o tempo para as vir aqui partilhar convosco. Não me orgulho muito disso...


Por outro lado as pernas têm ganho mais kms cada vez que saiem, pela menor quantidade de borracha em contacto com o solo e uma montada com menos peso. Não quer isto dizer que o BTT está esquecido, nunca estará. Mas se outrora estava cómodo com a escolha da lama e pó, hoje depois de uns kmzecos em estrada reformulei e já me satisfaz bastante de quando em vez trocar os trilhos pelo asfalto.
Sempre que seja do bom, não o troikano ou o roquefort...

Depois de me lançar no Tróia-Sagres (um dia destes conto-vos) com o BikeVassoura Carlos - a volta que se seguiu não-a-solo foi a projectada pelo amigo Rui Sousa. No fb aqui da malta , lançou a ideia a todos os que se quisessem juntar, para visitar as encostas ainda não submersas do Rio Sabor. A nova barragem vai transformar toda aquela paisagem a troco de desenvolvimento e progresso... a ver vamos. O track exposto prometia pouco mais da centena de kms e um reforço a mei'caminho  que fazia valer os kms de carro até á linha de partida.



O Sabor. Foto de Rui Sousa.




Foto de Rui Sousa.


Foto de Rui Sousa.


Foto de Rui Sousa.


A boa disposição não se manteve ao longo da volta: foi sempre aumentando!


À esquerda: Mané, eu, o Pedro Quelhas, o Vicente, o Paulo Coelho, o Rui Sousa e o Paulo Morais.


No sentido horário, saímos da Foz do Sabor minutos depois do café das 9h em direcção a Alfândega da Fé. As viaturas tinham ficado no largo da aldeia alguns metros acima do encorpado Sabor. Mas antes de atravessar a última ponte, ainda ranhámos a cabeça para decidir se deixávamos os carros do lado oeste... As margens estavam propícias ao cultivo de arroz e já não faltaria muito para a ponte ser galgada pelas águas do rio.
As primeiras rectas serviram para o aquecimento, e se chegámos frescos ainda á rotunda para Estevais, passou-nos rápidamente na entrada para os 7% de inclinação, serpenteados até atingirmos a zona mais plana noutros tantos kms acima, a 500m de altitude. Deu para começar a alegrar as vistas.













 Alguns aproveitaram para mostrar as vistas ás 'meninas'.





As "terreolas" iam aparecendo á medida que iamos deixando outras para trás. Todas pacatas e com pouca gente fora de casa. Comentávamos que as condições climatéricas estavam de feição, pouco vento, nada de chuva, apenas algumas nuvens escuras e temperatura relativamente amena, isto contrastava com o céu chorão e cinzentão que tínhamos deixado na Guarda, pouco antes das 8h.
Cardenha , Gouveia e Cabreira estavam já para trás. Seguimos primeiro para Picões e depois Ferradosa.





Mini-break, para observármos o 1º paredão de betão desta megalómana obra.
Vísivel antes da descida para Picões.




Foto de Rui Sousa.


Picões na encosta.



Algumas boas estradas para o cicloturismo. Trânsito automóvel quase inexistente.

Apanhado pela objectiva do Rui Sousa.
Ele bem aconselha que não se deve manusear equipamento electrónico em plena condução, mas nem ele resiste  a estas paisagens. 

Sendim da Serra antecedeu Alfândega da Fé, esta última é uma bonita vila com alguns pequenos troços de ciclovia. Jardins arranjados, bonitas praças e rotundas a condizer. Gostei de aqui tornar a passar.
Na avenida por onde entrámos, o Mané deu a ideia e foi na frente para encontrar um café onde vendessem 'tinto americano' em lata. Enquanto estacionávamos as bikes debaixo do grandioso tolde, começavam umas pinguitas de chuva a ameaçar e damos conta da má notícia : "Oh pessoal, não há pão..." diz o Mané, mas a dona intercede e diz que tinha lá muito para comer e que ninguém sairia dali com fome...
Entrámos e verificámos isso mesmo. Um  comprido estendal de chouriças e alheiras prontas a saciar os mais esfomeados. Todos se reforçaram ali. Estávamos com 42 kms e quase a adivinhar que a Posta e ia tardar...



A saída para a N315 a partir de Alfândega da Fé, é a descer e goza de pavimento em bom estado, mas só até á rotunda de acesso ao IC5, logo depois a mudança de asfalto é abrupta e somos obrigados a reduzir a velocidade face ás crateras que cruzamos. A trepidação é muita e pode causar problemas.
Infelizmente vieram mesmo a notar-se: o camarada que gravava toda a volta em vídeo, viu a sua câmara ser mastigada pela roda traseira. O suporte deve ter afrouxado e a câmara rodou na escora.
O resultado ficou á vista com umas dezenas de peças espalhadas pela estrada, lente, plásticos e placas electrónica. Até o cartão microSD saltou. Já que a câmara não tinha salvação, varremos o chão á procura do cartão. A agulha no palheiro, que imaginam rendeu o esforço, e conseguiu-se encontrar o minúsculo pedaço de plástico. Vamos ver agora se ainda vive para mostrar a história!
Quando voltámos ás bikes, tivemos ainda de reafinar a roda traseira que tinha esticado vários raios, abrandado outros, que empenaram a roda.
Pouca sorte! Mas antes perder a câmara, que sofrer qualquer queda, é que ali o betuminoso tem buracos a medir centímetros de relevo, por toda a parte!


Continuámos caminho e  demos de frente com obras. Uma nova ponte a ser construida a par da IC5. Passámos por alguma lama e muita pedra solta na estrada. Eu já ia 'encolhido' desde o inicio da descida mas ali já só rezava para ninguém furar...





A Ribeira de Escarias, afluente do Rio Sabor.
Foto de Rui Sousa. 

Foto de Rui Sousa.


Todo o stress que houvera antes foi diluído por uma longa subida, já com uma chuva que molhava não só os tolos. Os que trouxeram impermeável, vestiram-no. Os outros 'alombei' com ela...
Embora com diferentes andamentos, todos chegaram ao cruzamento para com a IC5. 
Os 2 Coelhos, estávamos debaixo da ponte na conversa a aguardar o re-agrupamento, quando nos apercebemos que a carrinha da Ascendi a sinalizar e a encostar á berma. Ainda se lhe fez sinal que estava tudo bem e que seguisse mas o motorista entendeu dar 2 dedos de conversa.
Lá nos explicou que não podíamos andar ali, que os sinais estavam lá atrás a proibir e que para seguirmos para Carviçais tínhamos de ir a Alfândega da Fé...
Pasmámos.
A estrada que nos levava á Posta estava a uns escassos 3kms dali e diziam-nos para fazer quase 20 para trás. Já com a comitiva de novo reunida no famoso cruzamento, vimos pasma nas caras deles quando lhes demos a boa nova... 
Portanto a desclassificação que esperávamos naquele troço do IC5 (escassos 7kms) como acontece em partes do IP3, em que se pode circular até de tractor, não aconteceu. 
Mesmo assim não nos demos por vencidos e fomos até á saída para a aldeia de S. Pedro.
Esta " infracção ao Código da Estrada  é curta e justificada" como lhe chama o Rui Sousa, pois de S. Pedro para o resto do mundo não se sai sem ser de carro, via IC5. Exacto nem de bicicleta de estrada!
Os tractores e motas de 50cc só saiem dali por um sinuoso e empinado caminho de cabras em direcção a Castelo Branco. (já se aperceberam decerto que houve ali outrora muita criatividade a nomear aldeias)
Portanto, posto isto meus caros, nós encontrámos o cabo do mundo! (...há ali outra aldeia assim para os lados de Vila Soeiro na Guarda, mas essa é a da outra ponta)

Capela em S. Pedro.
Aqui o padeiro só passa á 3ªFeira. Para além dos moradores poucos mais visitam esta aldeia.

Molhados, a ver o tempo já passado, e com alguma larica, depressa aceitámos a boleia que pedimos ao Sr. António de Mogadouro (Obrigado Sr. António!),  para levar 2 de nós até Meirinhos onde estava o taxi que nos levaria até aos n/ viaturas na Foz do Sabor. 
Quando voltámos, pouco mais de uma hora depois, já estavam todos sequinhos, a entornar jarras de branco caseiro, em frente á lareira do Forno Comunitário de S. Pedro!!!
Fiquei ás gargalhadas quando vi o Mané: mal falava tal tinha a boca cheia de chouriça e pão, a chamar-nos para dentro!!!




Como já li do Mané: "a comer da manjedoura".

O Sr. Francisco de S.Pedro foi o melhor cicerone que podíamos ter! Ficámos ali a comer do bom e do melhor em frente á fogueira até que as horas de partir chegaram.
Estamos eternamente gratos a esta hospitalidade Sr. Francisco!! 
Muito Obrigado e parabéns pela pinga!!



Aqui fica a volta. Ficou transformada em volta de reconhecimento. ;)
Se havia no início do dia quem falasse numa re-edição em 2015, fica a promessa de lá voltarmos antes para a concluirmos convenientemente. Vai um' aPOSTA?! ;)



Boas pedaladas!



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